A sombra e a luz, são vultos....

Pagina de apresentação dos trabalhos do iluminador Leandro Gass. Comecei minha carreia como iluminador de espetáculos, em 1998 no teatro Cia de Arte. Eu era da recepção do teatro, mas logo comecei a me interessar pela parte técnica. Com a ajuda do iluminador Aniltom Souza, técnico da casa, pessoa que abriu as portas para mim. Desde então sigo trilhando o meu caminho nesta arte.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Critica intrinseco


“E a mesa dançou...”

Quando fui convidada a assistir um “trabalho em processo” no projeto Diálogos com a Dança de iniciativa do SESC, como sempre tive um certo receio. Receio sim, pois se trata de um trabalho que nem mesmo o diretor sabe como vai acabar e nós aqui na platéia assistindo como cobaias de uma experiência. Mas, como tenho muito respeito e confiança nas iniciativas culturais do SESC e muito mais pela companhia de Dança Joça Vergo, aceitei o desafio e lá estava eu numa noite de quinta-feira conferindo o trabalho.
O tal “trabalho em processo” inicia com a apresentação dos idealizadores, segue com a explanação da diretora (Jacqueline Pinzon) e vem o propriamente dito que seria a coreografia. Alguns exercícios utilizados para a busca da interação entre os bailarinos foram mostrados e logo após começa nosso deleite.
Sempre achei maravilhoso o trabalho do Joca Vergo. Sério, criativo, ousado e marcado por muita disciplina e preparo. Ali estava com ele a maravilhosa Marilice Bastos. Digo isso por que sei da performance dos dois e de quanto trabalho e esforço isso exigiu. São anos e mais anos de dedicação à barra ao piso e muito mais. Desde o clássico, contemporâneo, ginástica olimpica, circo, acrobacia, jazz e atualmente sua nova pesquisa com teatro físico de (Jacqueline Pinzon) e por aí vai até formar estes seres ecléticos, dançantes, sensíveis e acima de tudo artistas. Seus corpos parecem moldados um para o outro em uma sintonia total. A segurança que um passa ao outro é admirável, resultado de anos de ensaio, pesquisa e disciplina. Ter saído de casa apenas para vê-los já era seguramente um bom começo.
As coreografias que narram o cotidiano de um casal contemporâneo servem de espelho a todos que estão na platéia. É a nossa história ali dançada com a participação especial de uma cantora(Elinka Matusiak) que nos surpreende com sua voz límpida e cristalina que nos empresta também seus dotes de efeitos sonoros especiais ao vivo, fugindo da corriqueira interferência “in off”. Todas as coisas que podem emitir sons servem de acompanhamento desta cena. Por alguns instantes nos dividimos entre aquele som diferente, aquela voz maravilhosa e a coreografia dançada por estes magníficos bailarinos.
O cenário também dança. Tudo que está no palco tem movimento. Isso também já é marca registrada do Joca. A cena contemporânea está posta. A luz de (Leandro Gass) é boa parte do espetáculo. Tudo nos leva a refletir. Como é bom estar aqui e ver que nós temos gente de talento. Vi neste trabalho algo que só havia visto apenas em outros lugares muito distantes daqui onde a arte é realmente valorizada.


Lisete Arnizaut de Vargas.
Doutora em Dança pela Universidade de Barcelona / Espanha.
Professora de Dança da UFRGS.

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